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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Resenha sobre o livro "O Livreiro de Cabul"

O livro “O Livreiro de Cabul” é um relato de três meses, após a queda do regime Talibã, da jornalista norueguesa Asne Seierstad. Neste relato, a autora nos mostra como a vida afegã se tornou após a queda do sistema, como as famílias, adolescentes e crianças e, principalmente como as mulheres são tratadas. A autora, para descrever a história, conviveu numa residência afegã, mais especificamente na casa de um livreiro da capital do país - Cabul. Sultan Khan, patriarca da família, foi preso e torturado durante a atuação do Talibã e teve parte de sua livraria destruída pelos desertores do regime e viu seu sonho de ter uma Biblioteca Nacional com histórias do Afeganistão destruído. Com a queda do regime, em um país em construção, recuperando-se da guerra, Sultan viu seu sonho da livraria despertar novamente. Os moradores de sua residência dividiam-se em uma casa de quatro cômodos, duas esposas do livreiro, cinco filhos e parentes, que acostumaram com a autora que fez a utilização da burca, vestimenta utilizada pelas mulheres afegã para esconder o rosto.
A autora teve oportunidade de residir com homens e mulheres do país, circular pelas ruas destruídas pela guerra, presenciou a exploração sexual das viúvas afegãs através de organizações internacionais de ajuda humanitária, a dificuldade da mulher em arrumar um emprego, participou de festas, casamentos arranjados e um episódio de uma mulher adúltera que foi sufocada com travesseiro pelos seus irmãos autorizados pela própria mãe, e o filho do livreiro adolescente que era obrigado a trabalhar mais de doze horas por dia e proibido de ir à escola por causa da tirania de seu pai. Devido ao exílio da primeira esposa do livreiro no Paquistão, ele acabou casando-se com uma adolescente de dezesseis anos e teve um filho com ela. Morando todos na mesma residência, as mulheres tiveram que aprender a conviver com as diferenças, injustiças impostas pelo governo e pelo próprio Sultan dentro de casa: regalias eram dadas a uma e as outras não. O livro é um perfeito relato dos dias difíceis após a queda do regime Talibã, a tentativa de reconstrução do país após a guerra e a total falta de descaso do governo afegão com a população, em especial com o sexo feminino. O Livreiro de Cabul é um livro que todas as mulheres, sem exceção deveriam ler.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Simples assim...: Não se fazem vovós como antigamente.

Simples assim...: Não se fazem vovós como antigamente.: Que saudade tenho da minha vó Zilda sempre sentada no mesmo lugar em sua cadeira preferida. Parecia lugar marcado. Na verdade, era marcado. ...

Não se fazem vovós como antigamente.

Que saudade tenho da minha vó Zilda sempre sentada no mesmo lugar em sua cadeira preferida. Parecia lugar marcado. Na verdade, era marcado. Era dela!

Este mês fazem 12 anos que ela se foi. Deixou muitas alegrias e lembranças. Boas lembranças... Lembro-me quando criança e morávamos no Sul do País, mais especificamente em Curitiba, capital do Paraná e vínhamos para Nova Lima/MG, ela já deixava preparada minha goiabada cascão com queijo mineiro, pois sabia que eu adorava. Fora os chicletes comprados por mim e pelos meus primos em sua conta no bar do Vieira e do Seu Geraldo na Rua Nova. Eram muitos "Plocs Gigantes".

O seu chuchu com linguiça pirraça e angu era sensacional! E sabíamos que a coisa não estava muito boa quando este chuchu, passou a ficar salgado demais. Vovó já estava cansada e seus momentos chegando ao fim. E sua vontade foi respeitada pelo bondoso Deus, pois ela queria saber se o que foi previsto por Nostradamus iria ser cumprido: 1000 chegará, 2000 não passará. Viveu até 30 de janeiro de 2.000.

Hoje, as avós são atléticas, corpos esbeltos, internautas de carteirinha, fãs de facebook e twitter. As avós trabalham, tem carros, são independentes, não comem doces e não dão doces aos netos. As avós não comem e nem cozinham com banha de porco para não afetar a saúde de seus netinhos e nem da sua família. As avós não comem enlatados, isso prejudica a saúde. Chuchu e linguiça pirraça? O que é isso?

As avós de hoje residem em apartamentos. Os netos não conseguem correr pelos quintais enlamaçados ou com bastante terra vermelha, não comem frutas dos pés, colhidas na hora. Os netos não possuem mais brincadeiras de pular corda, elástico, amarelinha, isso é cada vez mais raro.

Por isso, sou grata a minha querida avó que proporcionou momentos mais que agradáveis em minha infância. Sendo assim, faço uma homenagem a ela com uma das músicas que sei que ela adorava:


La Barca - Luis Miguel

Dicen que la distancia es el olvido
Pero yo no concibo esta razón
Porque yo seguiré siendo el cautivo
De los caprichos de tu corazón

Supiste esclarecer mis pensamientos
Me diste la verdad que yo soñé
Ahuyentaste de mí los sufrimientos
En la primera noche que te amé

Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague tu vivir

Cuando la luz del sol se esté apagando
Y te sientas cansada de vagar
Piensa que yo por ti estaré esperando
Hasta que tú decidas regresar

Supiste esclarecer mis pensamientos
Me diste la verdad que yo soñé
Ahuyentaste de mí los sufrimientos
En la primera noche que te amé

Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague tu vivir

Cuando la luz del sol se esté apagando
Y te sientas cansada de vagar
Piensa que yo por ti estaré esperando
Hasta que tú decidas regresar